Pular para o conteúdo principal

Lendo 'Tolkien' - O Silmarillion - Parte 3 - #3

Oiie gente, tudo certo? 

Continuando a nossa leitura de O Silmarillion, chegamos nessa semana aos capítulos 5 a 8 do Quenta Silmarillion. E assim como nos capítulos anteriores, continuamos acompanhando a história do mundo (Eä) criado por Tolkien, muitos anos antes dos acontecimentos que se passam em O Hobbit e O Senhor dos Anéis. Mas com uma pequena diferença. Pela primeira vez agora, ouvimos falar nas Silmarils, que afinal de contas dão nome ao livro. 

Vamos saber uma pouco mais sobre cada capítulo?

Capítulo V - De Eldamar e dos Príncipes dos eldalië

No capítulo anterior, paramos quando os elfos aguardavam para serem levados pelos Valar à Valinor. Nesse capítulo, isso é retomado e então, ficamos sabendo oficialmente que Oromë decidiu fazer essa viagem pelo sul e não pelo norte. Ele achou que seria melhor cruzar pela terra chamada Beleriand, porque ao norte, apesar de ser mais estreito o mar, havia um violento gelo - obra de Melkor - se chocando sempre.

Beleriand, abaixo no mapa

Então, os elfos Vanyar e os Noldor chegaram à costa e Ulmo destacou uma ilha para que servisse de barco a todos eles. Os Teleri, porém, vinham muito mais atrás, e muitos ainda procuravam por seu líder Elwë e por isso, eles acabaram chegando tarde demais, quando a ilha/barco já havia partido. 

Ossë se apiedou deles e resolveu fazer-lhes companhia até que Ulmo decidisse voltar para buscá-los. E não demorou para que Ossë e os Teleri se afeiçoassem, porque o Valar contava aos elfos muitas histórias e os ensinava muitas coisas. E assim, muitos anos eles permaneceram. E quando aconteceu de virem buscá-lo (os elfos) muito optaram por ficar com Ossë pois já tinham se acostumado àquela vida. Esse grupo que ficou, foi chamado de Falathrim e Cirdan era seu senhor. 

Alguns dos Teleri, porém, resolveram ir com Ulmo quando esse voltou. Eles não foram muito longe, porém, porque no meio do caminho eles ouviram a voz lamentosa de Ossë e pediram para parar. Ulmo concordou porque conhecia a vontade do coração deles e então instalou a ilha na Baia de Eldamar. A ilha foi chamada de Tol Eressëa - Ilha Solitária. 

Seguindo o capítulo descobrimos que os elfos que já estavam em Valinor, construíram um lugar chamado Tuna: uma colina alta e verdejando onde eles poderiam observar as estrelas. No topo de Tuna foi estabelecida a cidade dos elfos e a Torre de Ingwë foi feita como uma espécie de lamparina ou farol. 

Naquela cidade os Vanyar de Ingwë e os Noldor de Finwë viviam bem. Os Vanyar eram os favoritos de Manwë e Varda e os Noldor eram os favoritos de Aulë. E Aulë ensinou a esse povo seus ofícios e os Noldor, a partir disso, descobriram as pedras preciosas.

Fenwë - Créditos: Divulgação

Na linhagem do noldor Finwë estavam:
- Fëanor (filho de Miriel Serindë), o mais hábil e mais instruído
- Fingolfin, o mais forte e valente
- Finarfim (ambos filhos da vanyar Indis), mais belo e prudente


Fëanor, Fingolfin e Finarfin - Créditos: Divulgação

Já na linhagem de Fëanor, por sua vez, estavam sete filhos: 
- Maedhros, o alto
- Maglor, o cantor
- Celegorn, o louro
- Caranthir, o moreno
- Curufin, o habilidoso
- Amrod e Amras, os gêmeos


Fëanor, usando as Silmarils - Créditos: Divulgação

Na linhagem de Fingolfil eram três: 
- Fingon, que foi rei dos Noldor depois
- Turgon, o senhor de Gondolin
- Arendhel, a branca


Fingolfin - Créditos: Divulgação

E por fim, na linhagem de Finarfim, havia:
- Finrod, o fiel e senhor das cavernas
- Oredreth
- Angrad
- Aegnor
- Galadriel

Finarfin - Créditos: Divulgação

Todos conviviam muito bem, e a felicidade foi ainda maior quando os Teleri, por fim, também acabaram indo para para Aman através de barcos no formato de cisnes, presentes de Ossë para que o seu amado povo pudesse matar a saudade dos amigos. 

Nessa época também, os Vanyar foram morar na base do trono de Manwë e Varda, porque eram muito chegados uns aos outros. Já Fëanor e seus sete filhos, eram muito aventureiros e exploradores. Eles aprenderam muitas coisas em suas viagens e se tornaram muito sábios. 

E assim termina esse capítulo. 

Capítulo VI - De Fëanor e da libertação de Melkor

Sabemos então que todos estavam felizes e em paz. As três famílias dos Eldar estavam reunidas e Melkor ainda estava preso, de forma que não perturbava ninguém. Nesse período, Rúmil de Tirion criou as letras élficas e todos sabiam viver em um "Reino Abençoado". 

Ficamos conhecendo, porém, um pouco mais da história de Fëanor. Ele foi o primeiro filho de Finwë e era muito amado, mas sua mãe enfraqueceu e morreu logo após o parto. Durante muito tempo então, Finwë dedicou-se totalmente ao filho em sua tristeza. E dessa forma, Fëanor tornou-se ávido e obstinado, além de muito habilidoso. Ele aperfeiçoou as letras de Rúmil e descobriu diversas novas técnicas para trabalhar com pedras preciosas. Fëanor também se casou com Nerdanel, a filha de um grande ferreiro e com quem ele teve sete filhos. Com seu sogro, ele também aprendeu muitas coisas. Fëanor e Nerdanel, porém, acabam se separam tempos depois, quando Fëanor aparentemente se desviou do caminho. 

Alguns elfos, segundo Tolkien, diriam que esse desvio começou quando Finwë, recuperado da viuvez, casou-se com Indis, a loura, uma bonita vanyar parente de Ingwë. E piorou quando ela teve seus filhos Fingolfin e Finarfin. Fëanor não gostava deles e pouco conviveu com os irmãos. Ele preferiu viajar e se aprimorar, para não estar perto.

Nessa época, porém, chegou ao fim o tempo da prisão de Melkor. Ele havia cumprido suas três eras na prisão de Mandos e foi novamente julgado. Ansiando por sua vingança ele se passou por arrependido e bonzinho, e quando já em liberdade, ele se aproximou dos elfos, querendo fazer amizade com eles. Em seu coração, porém, ele os odiava. E foi assim que ele acabou envolvendo Fëanor em intrigas e problemas. 

Capítulo VII - Das Silmarils e da inquietação dos noldor

O que aconteceu foi o seguinte: com toda a sua habilidade, Fëanor criou as Silmarils, a maior obra élfica até os dias de hoje. São três pedras de substância misteriosa, que contêm a luz das árvores de Valinor. Melkor, com toda a inveja que carregava em seu coração, obviamente desejou para si as pedras e começou a bolar um plano para afastar os Valar dos Elfos.

As Silmarils - Crédito: Divulgação

Aos poucos ele foi semeando a discórdia. Discretamente. Fazendo fofocas àqueles ouvidos que se abriam para ele. E os noldor de Fenwë, infelizmente, foram os que mais ouviram Melkor. Nessa época surgiram os homens em Eä, mas os Valar nada disseram e Melkor usou desse artifício para colocá-los uns contra os outros, dizendo que os Valar não haviam contado porque tinham um plano para os homens que se tornariam muito melhores dos que os elfos e já eram muito mais amados, etc, etc. 

A paz de Valinor então foi envenenada. E Fëanor foi um dos que mais se sentiu enganado. Ele teve então desejos de liberdade e de terras. Melkor adorou vê-lo assim, pois ficava vulnerável e ele poderia conseguir as Silmarils. 

Intrigas também foram feitas entre Fëanor e Fingolfim - sobre um querer o trono do outro e um querer expulsar o outro das terras - e assim, começou-se a forjar secretamente armas. Melkor atiçou os noldor para a luta e falava-se em rebelião contra os Valar. Nesse momento, os Valar que observavam o que estava acontecendo, descobriram a influência de Melkor e procuraram esclarecer todas as coisas. O mal, porém, já tinha sido feito. 

Melkor então fugiu antes que pudesse ser preso novamente e Fëanor foi julgado pelos Valar por suas atitudes. Ele acabou sendo condenado e partiu de Valmar. Fenwë acabou indo atrás dele por amor e Fingolfin reinou. 

Fëanor e seus filhos construíram então uma fortaleza nas montanhas ao norte de Valinor. Elas foram chamadas de Formenos. E Melkor, por outro lado, permaneceu durante certo tempo escondido, até que decidiu ir até Formenos certo dia para tentar incitar Fëanor novamente. Em sua ansiedade, porém, ele deixou transparecer sua ganância pelas Silmarils e foi expulso com uma maldição. 

Capítulo VIII - Do ocaso de Valinor

Como não podia deixar de ser, Melkor humilhado partir de Valinor já pensando em uma vingança. Ele foi buscar abrigo então no extremo sul, numa região chamada Avathar, onde vivia Ungoliant, uma monstruosa aranha. E junto dela, Melkor tramou novos e malignos planos.

Num dia de festa de primavera em que todos, menos Fenwë e os Teleri haviam se reunido na Taniquetil, inclusive os irmãos noldor para fazer as pazes, Melkor decidiu atacar. Com a ajuda da aranha, seus primeiros alvos foram Telperion e Leurelin, deixando toda a Valinor na escuridão.

Melkor fugiu e Oromë e Tulkas iniciaram uma perseguição. Mas tudo foi em vão.

CONSIDERAÇÕES

A história começa a fazer cada vez mais sentido, e conforma avançamos nela, fica cada vez mais fácil compreendê-la, porque os nomes já não são tão desconhecidos, nem os lugares. Nessa altura da leitura, já estou achando-a muito mais tranquila. E estou empolgada.

É muito interessante essa história das Silmarils, e posso estar errada, mas me parece que muita coisa ainda vai acontecer envolvendo essas pedras. Só vamos descobrir, é claro, continuando a leitura.

Mas antes de terminar esse post, preciso falar mais uma coisinha: Galadriel. Nesse trecho da leitura descobrimos que ela é filha de Finarfin. Ela aparece, linda e maravilhosa em Senhor do Anéis. E ela é tão antiga, filha de um elfo muito importante.

Galadriel - Créditos: Divulgação
Fiquei emocionada.
Essa história está cada vez melhor.

-------------------------------------------

Me adicione nas redes sociais:
Skoob
 Youtube
 Minha wishlist 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

In memorian

Santa Cruz do Sul perdeu, no último fim de semana o maior incentivador da leitura que eu tive o prazer de conhecer e também um escritor. Aliás, pra mim, o melhor de todos, porque era ele o meu avô. Pensando em homenageá-lo, e também em manter viva a memória dele, eu escrevi algumas coisas. É uma espécie de carta, eu diria. Uma mensagem para ele. Uma mensagem de aniversário, aliás, porque nessa quarta-feira, dia 11 de setembro de 2019, ele estaria completando 83 anos. Segue abaixo. Oi Vô,  Não faz muito tempo que tu desencarnaste e nós todos ainda estamos digerindo a tua partida desse plano material para o plano espiritual. Desde cedo, porém, eu senti dentro de mim uma necessidade muito grande de falar sobre a pessoa que tu foi, de te homenagear. Porque fostes grande, gigante na verdade, de espírito, de coração e de pensamentos. Para muitas pessoas tu eras o professor. O foste profissionalmente durante muitos anos, quando eu ainda nem sonhava em existir. Mas foste ta...

Coleção "A vida no mundo espiritual" do André Luiz: ordem de leitura

Hello! Recentemente fiz um post falando sobre as tantas leituras que eu tenho vontade de fazer ao longo de 2022. E falei lá que é difícil eu conseguir fazer todas elas, que tenho consciência disso. Mas tem um item da lista em especial que eu considero um pouquinho mais prioritário . Estou falando das leituras espíritas . Eu estou concluindo a leitura da série de romances históricos ditados por Emmanuel para Chico Xavier (em breve faço um post sobre eles) e ainda não tinha decidido exatamente como dar sequências às minhas leituras, mas já naquele post comentei sobre a possibilidade de dar início a uma nova série de leituras, talvez num tom de um novo desafio para mim mesma .  E estava pensando na coleção "A vida no mundo espiritual" do André Luiz .  Recentemente decidi que, sim, será por ela que vou seguir.  Então, resolvi fazer esse post. Não apenas por uma questão de organização minha, mas também pra deixar a sugestão de leitura a quem, eventualmente, também tenha intere...

Lendo 'As Crônicas de Nárnia' #3 - O cavalo e seu menino

Olá pessoal, como vão? No post de hoje, vou dar continuidade ao projeto de leitura sobre "As Crônicas de Nárnia". A terceira crônica lida foi "O cavalo e seu menino", que possui 15 capítulos totalizando 89 páginas. Confesso que essa era uma história totalmente desconhecida pra mim. Por algum motivo, diferentemente de outras crônicas, ela não foi adaptada para o cinema. Na minha humilde opinião, porém, ela poderia  ser tão bem explorada quanto as demais. Capa da edição individual das crônicas - Foto: Divulgação A história começa numa pobre vila de pescadores na distante Calormânia, um lugar ao sul do grande deserto que, por sua vez, fica ao sul da Arquelândia. Nesse vilarejo vive, entre outras pessoas, um menino chamado Shasta e seu violento pai, que lhe aplica surras mais ou menos fortes, de acordo com a sorte da pescaria. Certo dia aparece nesse local um tarcaã - espécie de guerreiro nobre - montado em "um grande cavalo malhado, de crina esvoaçant...