Olá pessoal, tudo bem?
Dando continuidade ao nosso projeto de leitura do "Silma" - já apelidado por mim assim - nessa semana lemos dos capítulos 8 a 12, que vão falar sobre como ficou e o que aconteceu em Valinor depois da destruição das Árvores, incluindo nisso uma revolta e um retorno à Terra-Média por parte de um grande grupo de elfos. Também ficamos sabendo o que aconteceu lá na Terra-Média durante todo o tempo em que passamos em Valinor.
Capítulo IX - Da fuga dos Noldor
Depois da destruição causada por Melkor, os Valar e os elfos se reuniram e Yavanna percebe que ela não pode refazer as árvores, mas que ela pode usar a luz das Silmarils para tentar reanimá-las e trazê-las de volta à vida antes que suas raízes apodreçam.
Os Valar chamam Fëanor então e pedem para ele gentilmente o empréstimo das pedras. Fëanor, porém, tinha seu coração envenenado com a maldade de Melkor e recusa o empréstimo, pensando que poderia ser traído e que ele não receberia mais suas tão preciosas pedras.
Os Valar chamam Fëanor então e pedem para ele gentilmente o empréstimo das pedras. Fëanor, porém, tinha seu coração envenenado com a maldade de Melkor e recusa o empréstimo, pensando que poderia ser traído e que ele não receberia mais suas tão preciosas pedras.
Nienna sobe então no topo de Ezellohar para chorar e lamentar os acontecimentos e é então que chegam de Fomenos um grupo de mensageiros avisando que Melkor lá esteve e que matou o pai de Fëanor, Finwë, rei dos Noldor e também arrombou o cofre onde estava as Silmarils, levando-as consigo.
Nienna chora a morte das árvores - Créditos: Divulgação |
Fëanor então passou a chamar Melkor de Morgoth, o Sinistro Inimigo do Mundo e depois partiu irado, inclusive por terem chamado ele à Valinor deixando suas pedras sem defesa, acreditando que se ele tivesse encontrado com Melkor, teria como lutar com ele.
Morgoth, por sua vez fugiu para o extremo norte, para o gelo, e foi seguido por Ungoliant que exigia uma recompensa, um pagamento por seus serviços. Ela deseja devorar as Silmarils e tenta tomá-las de Morgoth. Durante a luta que se passa, Morgoth solta um grito que ecoa até as profundezas da terra e de lá sobem em seu socorro vários dos Balrogs que estavam esperando o chamado de seu mestre escondidos. Eles afastam Ungoliant.
A luta dos Balrogs com Ungoliant - Créditos: Divulgação |
Morgoth então volta para Angband onde recomeçou a construção de sua fortaleza subterrânea. Lá ele também forjou para si uma coroa com as Silmarils. Ao tocar nas pedras, suas mãos ficaram queimadas e para sempre enegrecidas e doloridas. Mas de lá, com a coroa e as pedras, ele governava um mundo de horror e tudo estava como ele queria.
Enquanto isso, em Valinor, Valar, Maiar e Vanyar permanecem sentados lamentando, tristes, os acontecidos. Os noldor, porém, voltam para Tirion onde Fëanor aparece reivindicando o trono de seu pai, que até então estava sendo mantido por seu irmão Fingolfin, e fazendo um discurso inflamado de ódio contra Morgoth e os Valar. Em sua fala ele usa muito das coisas caluniosas espalhadas por Morgoth anteriormente, afirmando que os Valar estavam iludindo-os, que os Sucessores já estavam a caminhos e que nada haviam dito para protegê-los, porque os amavam mais do que aos elfos, etc, etc. Ele também questionou a semelhança entre os Valar e Morgoth. "Não é verdade que Morgoth e eles são da mesma linhagem?"
" - Belo será o final - exclamou Fëanor -, embora a estrada seja longa e difícil! Digam adeus à servidão! Mas digam também adeus ao conforto! Digam adeus aos fracos! Digam adeus a seus tesouros! Faremos tesouros ainda maiores. Não carregem peso na viagem; mas tragam suas espadas! Pois iremos muito mais longe do que Oromë, e resistiremos mais do que Tulkas. Nunca desistiremos da perseguição. No encalço de Morgoth até os confins da Terra! Guerra ele terá, e um ódio eterno".
Por fim, Fëanor e seus filhos fizeram um juramento sagrado de perseguir Morgoth e qualquer outro que se apoderasse das Silmarils, até o fim dos tempos. Muitos apoiaram Fëanor e muitos ficaram contra. Outros tantos, ficaram em silêncio, mas tinham vontade de voltar à Terra Média.
Por fim, Fëanor prevalece e os convence a todos. E eles partem, divididos entre os seguidores de Fëanor e os de Fingolfin - que apesar de ser inicialmente contrário à volta para a Terra-Média, decide ir para não abandonar seu povo.
Os noldor partem em busca de vingança - Créditos: Divulgação |
Quando tudo está pronto para a partida e os elfos iniciam a marcha, Manwë envia um mensageiro. Esse diz aos elfos que eles não devem partir, pois encontrarão muito sofrimento. Também alertam que Fëanor não tem poder suficiente para derrotar Morgoth, que é um Valar e por isso, muito mais poderoso.
Feanor responde que sofrimento eles já conhecem ali e que se não derrotarem, pelo menos irão afligir o vilão, o que é muito melhor do que ficar sentado lamentando o acontecido apenas, como fazem os Valar. E então eles partem.
Não demora porém, para que Fëanor perceba que ele não conseguirá fazer a travessia pelo mar com todos aqueles elfos sem ter barcos. Ele vai com uma comitiva até a região onde vivem os teleri e pede a eles ajuda. Mas eles dizem que não querem tomar parte e que seus barcos são para eles, como são as pedras preciosas para os noldor, e que por isso, não podem emprestá-los. Com raiva, os noldor então atacam os teleri e tomam o barco a força, matando muitos daquele povo.
A matança de Aqualondë - Créditos: Divulgação |
Uienen chora então pelos teleri e suas lágrimas caem no mar tornando-o revolto de forma que muitos dos barcos roubados naufragam e se perdem. Ainda assim, muito noldor chegam ao norte em segurança. Quando eles chegam lá, porém, outro mensageiro de Manwë traz a eles uma maldição terrível como castigo pelo o que fizeram em especial para aqueles que decidissem, de fato, partir.
" - Vocês verterão lágrimas sem conta; e os Valar cercarão Valinor para impedi-los de entrar. ficarão de tal modo isolados que nem mesmo o eco de suas lamentações atravessará as montanhas. Sobre a Casa de Fëanor, a ira dos Valar se abate, desde o oeste até o extremo leste, e sobre todos aqueles que se dispuserem a acompanhá-los. O juramento que fizeram os motivará, e ao mesmo tempo os trairá, arrancando de suas mãos os tesouros que juraram procurar. Um final funesto terão todas as coisas que eles iniciarem com êxito; e isso se dará pela traição de irmão por irmão, e pelo medo da traição. Para sempre serão eles Os Espoliados"
A maldição prevê ainda que, apesar de os elfos serem imortais, fora de Aman eles poderão ser mortos por armas, tormentos ou tristezas e que quando morrerem, seus espíritos irão vagar por Mandos sem encontrar muita compaixão. Diante disso, Fëanor optou por seguir seus planos e com ele foi Fingolfin, pois ele tinha culpa pela morte de vários teleri, e medo do julgamento que os Valar fariam. Finarfin, porém, voltou, e com ele, alguns dos seus. E ele passou a ser o rei dos noldor em Valinor.
Seguindo a viagem, os noldor chegaram ao extremo norte, no estreito de Helcaraxë, um lugar tomado pelo gelo. Fëanor então percebeu que mesmo tendo roubado os barcos, eles eram poucos para que todos fizessem a travessia e que muitos não aceitariam ficar para trás com medo da traição. Ele procurou o conselho dos filhos e então decidiu deixar aqueles que já se queixavam da viagem para trás. Ele atravessou o estreito escondido, ao lado dos filhos e daqueles que lhe eram mais fiéis.
Não demorou para que Fingolfin percebesse o que havia acontecido. E então, decidido a atravessar - até porque agora não poderia voltar - ele decidiu fazer o que fosse preciso para chegar ao outro lado. As opções que eles têm são geladas e perigosas e muitos vão perecer no caminho, mas aqueles que sobrevivessem ficariam mais fortes do que nunca. Entre esses elfos está Galadriel.
Travessia pelo gelo no estreito de Helcaraxë - Créditos: Divulgação |
Capítulo X - Dos Sindar
Enquanto tudo isso acontecia em Valinor, aqueles elfos que lá no início da história haviam optado por ficar na Terra-Média com Elwë, prosperaram e viviam felizes. Eles eram chamados de Elfos Cinzentos - Sindar. Em algum momento desse tempo de felicidade, de Elwë (Thingol) e Melian, nasceu Luthien.
Luthien - Créditos: Divulgação |
Também prosperavam os anões, que tinham despertado novamente em seus salões nas montanhas e neles vivam felizes. Ambos os povos - Sindar e anões - faziam comércio e conviviam muito bem. Os anões chegaram a construir para os elfos, em parceria com eles, uma fortaleza contra o mal - que Melian previra vir para a Terra-Média outra vez.
Tudo ia bem, porém, na terceira era da prisão de Melkor os anões começaram a sentir uma maldade vindo do norte (lobos e orcs, principalmente). Eles avisaram os elfos, que também já estavam pressentindo algo e juntos eles começaram a criar ferramentas. Como os anões eram ferreiros incríveis, eles fizeram boa parte das armas mais belas.
Certo dia chegou à Beleriand, na terras de Thingol, um grupo de elfos próximos à Lanwë, um eldar dos teleri que havia abandonado a marcha nas margens do Grande Rio, há muito tempo atrás, e que havia partido para o norte. Eles explicam que vieram por medo daquilo que estava sendo preparado no norte e foram bem recebidos por Thingol.
Nessa época houve os acontecimentos em Valinor e a fuga de Melkor, seguida pelo confronto de Ungoliant. E o grito dado por Melkor foi ouvido pelos elfos e sentido como um prenúncio de morte. E de fato, não demorou para que os orcs cheios de maldade e desejo de morte começassem a se reproduzir e aparecer. Teve início assim a Guerra de Belerian.
Nesse evento, muitos dos elfos que até então viviam bem e felizes, morreram e então Thingol e Melian construíram para si e seu povo, uma fortaleza fechada por uma muralha invisível de sombras e desorientação. Eles acolheram todos aqueles que procuraram abrigo. O lugar passou a ser chamado de Doriath, Terra do Cinturão.
Foi nessa época que chegou Fëanor à Terra-Média.
Capítulo XI - Do Sol, da Lua e da ocultação de Valinor
Em Valinor, depois da partida dos noldor, os valar ficaram muito tempo imóveis, mas não ocioso como havia dito Fëanor, pois conversavam e tomavam decisões através do pensamento. Eles lamentaram muito o destino dos noldor e de Fëanor, pois ele era o mais forte de todos os elfos e poderia ter feito grandes coisas.
Quando os noldor chegaram à Terra-Média, os Valar se ergueram finalmente e começaram a trabalhar para tentar impedir o mal de Morgoth. Primeiro tentaram reviver as Árvores mais uma vez, com toda a sua força. Mas isso não foi possível. Só o que conseguiram, foi uma flor de prata de Telperion e um fruto de ouro de Laurelin.
A flor de prata e o fruto de ouro - Créditos: Divulgação |
Esses resquícios das Árvores foram então abençoados por Manwë, colocados em naves por Aulë, e então transformados em estrelas por Varda. E como era chegada a hora de dar luz à Terra-Média novamente - até porque estava chegando o tempo dos Sucessores - eles transformaram essa flor e esse fruto no Sol (Anor) e na Lua (Isil). Dois Valar - Arien e Tilion - foram convidados a conduzir essas estrelas no firmamento por toda a eternidade. Arien, conduziu o Sol - ela era uma espécie de Bolrog do bem - e Tilion conduziu a Lua.
Com a iluminação no céu, Melkor e seus servos se assustaram e, intimidados, se abrigaram no fundo de sua fortaleza subterrânea, onde permaneceram por um tempo, envoltos por vapores e nuvens escuras. Os elfos, por sua vez, admiraram aquelas estrelas. E os homens, mortais, Sucessores, sentiram aquilo como um chamado à despertar.
Depois disso, os Valar também fortificaram Valinor como nunca antes. Aumentando as montanhas do entorno e dispondo sentinelas e exércitos para observarem a volta eternamente. Nunca mais eles deixariam que alguém entrasse ou saísse sem seu conhecimento e permissão. Além disso, os mares do entorno também foram encantados para causar confusão, de forma que nem mesmo a grande ilha onde está instalada Valinor poderia ser facilmente encontrada.
Capítulo XII - Dos homens
Em paz, finalmente, os Valar até abandonaram a Terra-Média à própria sorte enquanto viveram sua Segunda Primavera, pois Melkor estava escondido com medo do Sol. Nesse tempo, muitas coisas se transformaram e envelheceram na Terra-Média e os homens começaram a caminhar por ela.
Eles despertaram em Hildórien e não foram recebidos ou orientados por nenhum Valar. Os homens, aliás, os temiam, pois não os conheciam verdadeiramente. Apenas Ulmo pensava neles e tentava mandar mensagens através das águas. Eles não compreendiam, mas ainda assim se sentiam atraídos pelas águas e gostavam delas.
Durante um tempo eles viveram em paz e até conviveram com os elfos-escuros, outro grupo que nunca saiu da Terra-Média. E nesse ponto, Tolkien nos esclarece ainda que há uma espécie de hierarquia de evolução entre os seres da Terra-Média. Elfos e homens eram semelhantes na aparência física, porém, os elfos-escuros era mais sábios que os homens, e os elfos que tinham conhecido a vida em Valinor eram ainda mais sábios, habilidosos e belos.
Muitos homens porém, se aproximaram verdadeiramente dos elfos e buscaram os conhecimentos deles. E na glória do destino de ambas as espécies, muitos daqueles que são filhos de homens e elfos foram importantes para a história, como por exemplo, Elrond.
Lembram do Elrond? - Créditos: Divulgação |
CONSIDERAÇÕES
Esse trecho da história me fez pensar em quantas situações estão por vir ainda, em especial por causa da maldição lançada sobre os noldor. Ela diz que eles realizarão muitas coisas e que não serão felizes em nenhuma, e acho que iremos acompanhar isso daqui pra frente na história.
Agora também estou achando a história mais fácil de ser acompanhada. Já não são mais tantos nomes, a não ser os dos principais personagens e esse já são bem conhecidos, então não é difícil memorizar essa parte. Ainda são, porém, muitos acontecimentos. E acho que continuará sendo assim até o fim, porque Tolkien escreve assim.
Por fim, no quesito reconhecimento, além de ter mais clareza sobre acontecimentos da terceira Era da Terra-Média, também reconheci alguns nomes novos. Elrond foi uma surpresa, nas últimas linhas do último capítulo lido, e ficamos sabendo que então ele é filho de homens e elfos (que loucura!). Além disso também descobrimos que já nos primeiros anos de vida dos anões eles viviam Khazad-dûn, A Mina dos Anões, posteriormente chamada de Moria (Senhor dos Anéis).
Ah, e claro, também descobrimos que Galadriel, apesar de filha de Finarfin, tinha muita vontade de voltar à Terra Média e por isso, ficou com Fingolfin quando seu pai voltou à Valinor. Ela estava porém, entre os elfos que foram deixados para trás por Fëanor e não pereceu, de forma que foi uma das sobreviventes que ficou ainda mais forte.
É bacana saber disso, gente!
Estou encantada com essa história.
De verdade.
Então agora vou encerrar esse post, pra ir ali ler mais um pouquinho.
Beijos.
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