"Em 1962, Salem, Massachusetts, o cenário é de uma caça às bruxas. Mais de 150 pessoas presas. Trinta enforcadas. Uma comunidade marcada para sempre pela história e desconfiança de que a pessoa ao lado poderia ser adepta da feitiçaria e adoradora do demônio.
Em 1991, Connie Goodwin, uma estudante de doutorado, se muda para a velha casa de sua avó, nas proximidades de Salem. Connie é prática, racional, cética. Mas a casa parece guardar segredos, lembranças de uma época em que a ciência se confundia com a fé - entre elas, uma Bíblia do século XVII. Dentro dela, uma chave. Enrolado na chave, um papel. Nele, um nome escrito: Deliverance Dane."
É assim, misturando o passado e o futuro, como a própria sinopse aponta, que "O Livro Perdido das Bruxas de Salem", escrito pela Katherine Howe, se tornou um dos meu volumes preferidos da vida. E recentemente eu o reli. Agora, estou aqui para falar um pouco sobre ele.
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| "O livro perdido das Bruxas de Salém" |
O tema - eu acho que já falei sobre isso em um outro post - me interessa muito. Eu adoro histórias sobre bruxas e quando o livro traz elementos da história real, como é o caso deste, isso me deixa ainda mais atraída. O caso de Salem, nos Estados Unidos, ficou muito conhecido, porque foi um dos últimos episódios de condenações de mulheres pela prática de bruxaria, e porque por si só ele foi bastante polêmico - as testemunhas que levaram dezenas de mulheres à condenação era meninas de 9 e 11 anos que provavelmente comeram pão embolorado e tiveram alucinações. Além disso, há o famoso filme de terror inspirado nesse caso - o enredo dele não ter nada a ver com a história verdadeira, mas serviu para trazer luz e curiosidade sobre o assunto no fim dos anos 1990.
Mas não foi só o tema que me fez gostar do livro - até porque há livros sobre bruxas que eu não curti -, o enredo dele é bacana também. A história se passa em 1991 e a personagem principal, Connie é uma jovem doutoranda, que busca por uma boa pesquisa quando, durante certo verão, precisa ir até a antiga casa de sua avó, e arrumá-la para, quem sabe, conseguir colocá-la a venda.
Chegando lá, porém, a casa se mostra muito diferente, cheia de uma energia que atrai Connie e atrai os leitores que gostam do tema de bruxaria, natureza, etc. Não há energia elétrica, o que faz a jovem mudar seu estilo de vida. Há objetos antigos, históricos e também um jardim bastante exótico, cheio de plantas que não se encontram em casas comuns. Cria-se a imagem de uma casa quase mágica na mente - ou pelo menos, foi o que aconteceu comigo - e eu quase quis ir morar lá com ela.
Certo dia Connie descobre uma Bíblia antiquíssima nas prateleiras da avó, e dentro dela uma chave com um nome. O instinto da jovem lhe diz que aquele nome é importante. Ela começa então uma busca. Connie peregrina em arquivos de igrejas, antigas bibliotecas e fóruns judiciários, sempre atrás de informações sobre a tal mulher. Essa busca se torna ainda mais intensa quando Connie descobre que Deliverance foi excomungada da Igreja por algum motivo, e que no inventário deixado após sua morte, entre as poucas heranças deixadas à filha única (Mercy), está um livro que foi suficientemente importante para ser especificado como um "livro de receitas" e não como "outros livros".
Nesse meio tempo, Connie percebe, com a ajuda do jovem Sam - que é restaurador e que ela conhece numa das igrejas - que tudo aquilo que foi dito sobre o caso de Salem, pode estar errado. Ou seja, a história apontou muitas versões para o caso e na maioria delas acabou afirmando que todas aquelas mulheres condenadas não passavam de pessoas comuns. Algumas trabalhavam com partos, outras conheciam alguns chás, mas nenhuma delas possuía poderes sobrenaturais.
Mas talvez, na realidade, uma delas tivesse, sim, algum conhecimento a mais, um poder a mais. Talvez, a bruxaria tenha sido real em Salem, e não apenas mera especulação de meninas aterrorizadas. E muito provavelmente, essa magia tão real não tenho sido algum ruim e não tivesse nada de diabólico - de forma que a condenação foi acertada, mas não menos injusta.
Connie segue essa pista, que é quase uma intuição. E depois de uma série de acontecimentos ela percebe, com a ajuda de sua mãe (Grace) que essa intuição tem mesmo uma razão de ser. Ela percebe que aquela Bíblia com aquele nome não estava naquela casa por acaso. Ela percebe que há um motivo para Deliverance e sua descendência ter nomes de virtudes morais, e para que ela, sua mãe e sua avó também tenham, da seguinte forma:
Deliverance (Libertação)
Mercy (Misericórdia)
Prudence (Prudência)
Patience (Paciência)
...
Sophia (Sabedoria) - avó de Connie
Grace (Graça) - mãe de Connie
Contance (Constância) - Connie
Ela descobre ainda que mesmo no mundo da ciência e da pesquisa, ainda há aqueles que movidos por ambição acreditam nas forças sobrenaturais, nas crenças antigas e em uma ciência primitiva. E que essas pessoas são capazes de muitas coisas para alcançar poderes, para buscar algo semelhante à "glória", para terem seus nomes registrados na eternidade como grandes cientistas, pesquisadores, descobridores.
Mas Connie também adquire conhecimentos ao longo de suas peregrinações. E como os capítulos que se passam em 1991 são intercalados por aqueles que contam a história das personagens do passado (Deliverance, Mercy, Prudence...) sabemos que ela seguiu as pistas certas. Descobrimos que é importante ela encontrar o livro perdido, que pertenceu à Deliverance e foi passado à Mercy, mas que se perdeu com o passar dos anos, mas descobrimos também que Connie não precisa necessariamente do livro para despertar o conhecimento que há dentro dela.
Descobrimos que esses conhecimentos são seu maior poder, e que a partir deles ela poderá conhecer melhor a si mesma e poderá também reescrever a história, resgatando a história de mulheres importantes. Resgatando a história das mulheres.
E eu super amo essa história. E super indico ela pra todo mundo.
Beijos.
E eu super amo essa história. E super indico ela pra todo mundo.
Beijos.
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