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Um toque de fantástico na literatura local

*Matéria publicada no Riovale Jornal nessa sexta-feira, 13 de julho

Esse sábado, dia 14 de julho, será um dia de lançamentos literários em Santa Cruz do Sul. Entre os volumes que estarão sendo levados à público, estará o volume “Presas e Garras”, escrito pelo jovem Bruno Ledur, de 15 anos. O livro é sua estreia na literatura, e nele, Bruno explora um gênero pouco trabalhado na literatura local, ou seja, a literatura fantástica. O Rioval Jornal conversou com ele pra saber um pouco mais sobre seu trabalho. Confira:

Riovale Jornal: Desde que idade tu escreve?
Bruno Ledur: Ah, faz um tempo já. Desde o Ensino Fundamental. É que eu tinha um bibliotecário na outra escola em que eu estudava, que nos dava livros se escrevêssemos histórias. Foi ali que eu comecei a escrever mais. 

Riovale: Foi um grande incentivo então?
Bruno: Exatamente.

Bruno Ledur, o autor do livro
Crédito: Divulgação

Riovale: E como surgiu a ideia para esse livro?
Bruno: Eu sempre gostei muito de fantasia, de uma literatura não real. E eu sempre li livros sobre fantasia. Certa vez, fomos para a praia e não havia o que fazer, pois estava chovendo, então me veio a ideia e eu comecei a trabalhar nela. 

Riovale: Tu disseste que gosta de fantasia. Tem algum autor ou alguma história que te inspirou? 
Bruno: Ah, foi o Rick Riordan, escritor de Percy Jackson. 

Riovale: E como foi o processo de produção desse livro que está sendo lançado? Quanto tempo levou pra colocar tudo no papel e deixar ele como está hoje?
Bruno: Bom, eu levei mais ou menos um mês pra fazer o roteiro, pensar nos personagens e nos objetivos de cada um deles na história e depois disso foram uns cinco meses para escrever e fazer a primeira revisão. Depois eu deixei a ideia um pouco parada, apenas pensando nela durante mais uns seis meses. Daí a Angelita (editora) veio conversar comigo pra publicar o livro e começamos a editá-lo de novo. Isso levou mais uns quatro meses. 

Riovale: Então levou pouco mais de um ano para ficar pronto?
Bruno: É, isso mesmo. Eu fui pra praia em janeiro de 2016. Então, cerca de um ano e meio. 

Riovale: E o que as pessoas vão encontrar nesse livro? O que tu pode adiantar pra nós?
Bruno: Elas vão encontrar coisa que elas normalmente não veem em livros. Vai ter coisas que tu vê no cotidiano, sem qualquer tipo de censura ou filtro. Os personagens, eu tentei fazê-los do jeito mais humano possível, com características que levassem eles a agir de modo humano. E também há a parte de fantasia. Eu abordo muitas mitologias diferentes. Há a japonesa, tem culturas também do Alasca, da Europa. Eu tentei pegar um pouquinho de cada lugar pra deixar tudo equilibrado. Porque eu queria fazer algo diferente. Não gosto dessas histórias com fórmulas, onde os personagens têm sempre os mesmos objetivos. Eu tentei sair disso. Cada personagem é diferente em sua forma de pensar e eu quis colocar características físicas e psicológicas diferentes em cada um deles. Pra não ser uma história onde os personagens são todos brancos de olhos azuis. Tanto é que o personagem principal é um oriental em uma história ocidental. Eu queria que cada leitor pudesse se ver em pelo menos um personagem. 

Riovale: Esse é o primeiro livro de uma série, correto? 
Bruno: Isso mesmo. 

Riovale: Tu já está trabalhando nos demais? Já tem uma ideia de quantos livros vão ser?
Bruno: Inicialmente eu achei que seria uma trilogia, mas depois eu percebi que eu pensei em tanto conteúdo que isso não daria certo. Então eu acabei adicionando mais um volume. Será uma quadrilogia. O primeiro, então, está pronto. O segundo também já está escrito. Eu o escrevi no ano passado. E em relação ao terceiro livro, as ideias estão surgindo. 

Riovale: E eles deverão ser lançados um a cada ano, mais ou menos? 
Bruno: Eu penso que sim. Eu gostaria de dar tempo pras pessoas lerem o primeiro livro, pra daí eu pensar na edição do segundo livro e na escrita do terceiro e do quarto. É bom quando tu já sabe o que vai acontecer nos outros, porque tu pode dar umas pistas. 

Riovale: E quais são as tuas expectativas para o lançamento, no sábado?
Bruno: Ah, eu já tô nervoso desde agora. Mas eu tenho expectativas altas. O feedback do pessoal tem sido muito bom. Muito mais do que eu esperava. O pessoal tem me apoiado muito. Tem muita gente compartilhando post no Face, vindo até mim, pessoalmente ou por chat privado, me elogiando e dizendo que vai estar presente, e é muito bom isso. Eu agradeço muito por estarem fazendo isso. 

Riovale: Esse retorno é importante?
Bruno: É muito importante, sem dúvida. Aliás, eu gostaria de agradecer muito especialmente o retorno que o José Alberto Wenzel deu. Há alguns anos fui no lançamento do livro dele, do “A menina que decorava túmulos”, e falei pra ele que um dia eu gostaria que ele fosse ao lançamento do meu livro. Mas na época eu ainda não tinha nenhuma ideia de livro, era só uma coisa muito distante. Ainda assim ele disse que iria no meu lançamento. Agora, quando terminei de escrever, entrei em contato com ele. Achei que ele nem me retornaria, mas ele não só retornou, como leu meu material e escreveu a orelha do livro. Fiquei muito feliz com isso.

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