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Uma chance à poesia

A minha relação com a poesia começou bastante tarde quando eu já me encontrava na fase adulta. Não me lembro de ter tido um grande contato com ela na escola, nem mesmo no sentido teórico e não a procurei por conta própria, porque sempre achei que eu preferia a prosa e ponto final. Em função disso, eu sempre me senti um pouco desconfortável para falar sobre poesia. Quase como uma analfabeta nesse assunto. 



Ainda assim, entretanto, vim falar sobre um livro de poesia na coluna de hoje: o “Um quarto de Lua” do Edison Botelho. Resolvi falar sobre ele, porque recentemente ele ajudou a mudar a minha relação com a poesia. Acontece o seguinte: mesmo depois que passei a ter mais contato com a poesia, porque bons livros foram chegando às minhas mãos, esse contato foi deficiente. Eu custei a perceber que o prazer proporcionado pela poesia é diferente do da prosa. Que a forma de busca-lo é diferente também. Nas minhas primeiras leituras de versos, eu tinha presa pra ler e pra encontrar sentido. E então a leitura era muito superficial. 

Mas então, há algum tempo fui ao lançamento desse livro do Botelho e eu resolvi que eu faria uma leitura diferente. Cheguei em casa, abri o livro, e pela primeira vez eu me deixei levar pela poesia, e deixei que ela dissesse aquilo que ela queria dizer. Li em voz alta, palavra por palavra. Apreciando o som delas. E então o sentido veio aos poucos. E eu gostei do que encontrei nele.

Não posso falar muito mais do que isso, porque como falei antes, não me sinto apta para tecer comentários. Mas posso falar com minha experiência de alguém que está aprendendo a ler poesia, que esse livro é muito gostoso, porque os versos são bonitos e expressam com muita clareza situações e sentimentos humanos. Essa é uma poesia que me fez querer ler mais poesia. 

Mas, sobretudo, escrevo essa coluna hoje, e faço essas confissões, porque imagino que assim como eu deve haver outras pessoas que tiveram apenas um contato superficial com a poesia. E com essa coluna quero dizer pras pessoas que deem uma nova chance aos poemas e seus poetas, insistam neles, deixem-se levar por eles uma vez mais. Porque poesia é alma. Agora eu sei.

*Coluna publicada originalmente no Riovale Jornal

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