Olá pessoal, tudo bom? Hoje quero comentar com vocês sobre a leitura que fiz recentemente do livro “Migalha Inteira”, escrito pelo José Alberto Wenzel. Mas antes, preciso falar sobre a forma como comecei a lê-lo: minha escolha primeira era o “A menina que decorava túmulos”, do mesmo autor. Ao iniciar essa leitura, entretanto, me deparei com um breve resumo do outro livro, como se o “A menina...” fosse uma continuação daquele. Parei a leitura naquela hora e peguei o “Migalha” decidindo então, ler as histórias na ordem delas.
E foi assim que encontrei uma história que me fez mergulhar dentro de mim mesma. O livro é dividido em três grandes capítulos: o hoje, o ontem e o amanhã. Cada um deles tem pequenas subdivisões. Elas contam a história da Sra. Clara, que resumindo, é uma mulher casada que vive em uma propriedade no interior junto com o marido. Ele sofre de um misterioso “zunido de abelhas” nos ouvidos e certo dia é convidado a passar um tempo na Arca, um hospital clandestino, coordenado pelo médico naturalista Dr. Otto, que atende pessoas de certa forma excluídas da sociedade por causa das mais variadas doenças do corpo e da alma. Seus tratamentos consistem em banhos de sol e de lama, respiração de vapores e caminhadas. A Sra. Clara é convidada para ir junto para cozinhar e conviver com os residentes do hospital. É ali que o restante da história se desenlaça e se enlaça novamente.
Capa do livro "Migalha Inteira" Foto Luana Ciecelski |
O livro é repleto de simbologias. Tanto que o autor fez questão de dedicar um capítulo final à explicação de algumas das relações que ele traz no livro. Esses símbolos são muito importantes para compreendermos o que a história tem para nos dizer, por isso, eu sugiro uma leitura muito atenta. Aliás, essa é uma história curtinha, para ser lida em uma única pegada, numa tarde de domingo, por exemplo. Assim, alguns detalhes importantes permanecerão fresquinhos.
Além dos símbolos, outra coisa interessante são as reflexões que o livro desperta no leitor. E não são poucas. Aliás, esse foi um dos livros mais curtinhos que li nesse ano, mas um dos que vai mais a fundo nas reflexões. E elas têm variadas temáticas. Para citar alguns exemplos, a morte é uma delas, os medos, a beleza interna e externa também, a busca pelo conhecimento e pela sabedoria, bem como o que é vida. O livro chega a questionar e brincar com a loucura. O que, afinal de contas, é real nesse mundo? é o que nos pegamos pensando.
E pra deixar vocês pensando um pouquinho também vou deixar abaixo um trechinho que eu simplesmente amei:
“Lembrou-se do pão caseiro que sua mãe fazia no forno a lenha e, não pode deixar de pensar que o pão todo estava contido, da mesma forma, em cada migalha. Cada migalha era feita do mesmo pão. O universo podia estar em cada parcela, e cada parte destas incluía a criação em sua totalidade”
A próxima leitura será, é claro, o “A menina que decorava túmulos”. Depois eu conto pra vocês o que achei desse livro também.
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