Olá amigos, na edição de hoje, a sugestão que eu quero trazer pra vocês é bastante especial. Primeiro porque o autor e a editora que o publicou são santa-cruzenses. Segundo porque o autor é bastante jovem, provavelmente um dos mais jovens escritores que temos na cidade e na região. E terceiro porque o gênero no qual se enquadra o livro, o da literatura fantástica, é bastante inédito também entre as publicações locais. Nós estamos falando sobre o livro Presas e Garras, do Bruno Ledur.
Você pode saber um pouco mais a respeito do autor, fazendo uma rápida pesquisa no site do Riovale Jornal. Em meados do ano passado, foi feita uma entrevista com o jovem, e nela, Bruno falou sobre sua paixão pela escrita, entre outras coisas. Mas aqui na coluna, hoje, quero falar sobre o livro, especificamente. Ele foi lançado na metade de 2018 pela Gramatti Produções Literárias e recentemente eu tive a oportunidade de lê-lo.
A linda capa do livro Presas e Garras foi feita pela artista Jéssica Bagatini e ilustra incrivelmente bem essa história |
E que livro legal, pessoal! Pra quem gosta de histórias como Harry Potter, Percy Jackson e Crônicas de Nárnia, pra citar alguns exemplos, esse é um prato cheio no qual alimentar sua imaginação. O personagem principal se chama Andrew Hasewaga, um jovem morador de uma localidade fictícia chamada Cidade de Átila. Ainda na infância ele foi diagnosticado com uma doença rara, porque eventualmente ele sofria com algumas alucinações, vendo coisas que ninguém mais via. A verdade, porém, sempre acaba vindo à tona, não é mesmo?
Certo dia quando ele e seus amigos estão percorrendo uma trilha, dentro de uma floresta que há nos arredores da cidade, local onde eles costumam ir por diversão, e um de seus amigos é atacado por um ser estranho e misterioso que só Andrew consegue enxergar. Essa situação desencadeia uma série de outros eventos, que transformam a vida de Andrew e de seus amigos, porque a partir daquele momento, eles descobrem que há muito mais no universo, além daquilo que a maior parte das pessoas podem enxergar. Há criaturas, há um governo para elas, e há, principalmente, um perigo muito grande habitando a tênue linha divisória que separa o mundo que os humanos conhecem, daquele que eles desconhecem. Andrew, portanto, não tinha alucinações. Ele pertence a esse universo, assim como seu pai e seus antepassados, por mais que seus pais tenham tentado evitar isso.
- Ele é um Kitsune. Essa é a palavra japonesa para raposa. Raposas são um assunto comum no Folclore Japonês; kitsune refere-se geralmente neste contexto. Histórias as descrevem como seres inteligentes e com capacidades mágicas que aumentam com a sua idade e sabedoria. Entre estes poderes mágicos, tem a habilidade de assumir a forma humana. Além da habilidade de assumir a forma humana, elas possuem os poderes de possessão, conseguem controlar o fogo, têm o poder de aparecer nos sonhos e o de criar ilusões.
Um Kitsune, segundo a lenda japoesa |
Na sequência da história, Andrew descobre então um mentor, que vai lhe ajudar a entender esse novo universo, que vai ajudá-lo a treinar os poderes que agora afloram nele, mas que também vai ajudá-lo a enfrentar inúmeros desafios que vão surgir, cada vez com mais intensidade. E a gente vai acompanhar isso tudo. Um aspecto muito interessante desse livro é que ele traz uma mistura de Culturas e Mitologias - Brasileira, Oriental, Europeia - o que é bem diferente. É um livro, portanto, que nos ensina bastante a respeito disso, até porque Bruno fez questão de colocar referência menos conhecidas.
- Adlet é outro ser que aparece bastante na história (aquele amigo do Andrew é mordido por um e se transforma em um): Adlets são monstros que bebem sangue, na mitologia inuíte. Eles são a descendência de uma mulher e um cachorro vermelho. Cinco das dez crianças da mulher eram cachorros que cruzaram os mares para gerar as raças europeias. As outras cinco crianças eram os adlets monstruosos.
Representação de um Adlet Foto: Portal dos Mitos |
Outro aspecto bem bacana é a linguagem utilizada, que é bastante informal, principalmente nos diálogos do livro, o que faz com que nos sintamos bem dentro dessa história mesmo. E há ainda que se registrar que mais do que uma história sobre seres fantásticos e situações incríveis, essa também é uma história sobre amizade, sobre vida e morte, e sobre sentimentos. É o melhor de tudo: o presas e garras é só o primeiro volume da trilogia "Crônicas Sobrenaturais". Os demais livros devem ser lançados entre 2019 e 2020. E eu, claro, já estou aguardando ansiosamente.
Então, deixo mais essa dica de leitura. O livro pode ser encontrado na Livraria e Cafeteria Iluminura ou diretamente com a editora Gramatti, cujo contato pode ser feito até pelas redes sociais.
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