Finais de livros sempre me deixam um pouco melancólica, mas esse... eu senti uma vontade de abraçar esse livro quando terminei de lê-lo. Tudo bem, talvez tenha sido, em parte, efeito da taça de vinho que eu tinha tomado, mas algo em mim também mudou depois dessa leitura.
Ela é linda. Adriana Lisboa tem uma escrita que faz a gente querer marcar todas as frases, porque elas dizem muito, não apenas dentro daquela narrativa e daquele contexto, mas também sobre a vida.E esse é, sem dúvida, um livro sobre a vida, sobre as buscas que fazemos ao longo da vida, sobre estar em trânsito, longe de casa e descobrindo em você mesmo a sua própria e melhor casa. É sobre passado, presente e futuro. É sobre quem somos.
A personagem principal é Vanja. Ela nasceu nos Estados Unidos, mas ainda bem pequena veio ao Brasil, terra natal de sua mãe, Suzana. Acontece que ela tem 13 anos e sua mãe acaba de morrer. Demonstrando uma coragem e uma maturidade incríveis ela decide voltar para os EUA, para morar com um ex-marido de sua mãe (que por um acaso do destino, ou não, a registrou como filha) para buscar seu pai biológico.
Ela acaba fazendo muito mais, é claro. Enquanto ela se descobre como pessoa, numa fase em que a infância e a adolescência disputam espaço dentro dela, ela descobre muito sobre o passado de Fernando (seu pai no papel), de sua mãe, e também do Brasil. Aprende sobre amizades e o amor, sobre a neve e o deserto, e sobre a imigração (esse é outro tema forte do livro, porque ela vai morar no Colorado, um estado localizado ao sul dos EUA). Aprende, sobretudo, sobre a vida, claro.
Esse foi o meu primeiro contato com a obra de Adriana Lisboa, que é brasileira e também professora. E foi bastante profundo, tanto quanto o azul-corvo das conchas existentes na praia de Copacabana. Eu realmente adorei o livro. E quero deixá-lo como dica de leitura pra vocês. Assim como quero ler mais coisas dela.
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