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Não devo explicações, mas quero dá-las porque é sobre se reinventar

Eu pensei muito sobre vir aqui e falar sobre a minha vida. Porque ela vem passando por muitas mudanças ultimamente e venho numa tendência a estar mais quieta, mais fechada, num processo de guardar mais as coisas pra mim. Não sei se isso é um reflexo do excesso de redes sociais. E se tem uma coisa que eu repito muito é que eu ando mesmo um pouco cansada das redes sociais, então talvez esteja tudo interligado, mas no fundo no fundo eu acho que sentia vontade de abrir algumas coisas pro mundo. 

Não que eu precisasse. A gente não precisa abrir a nossa vida né?! Não devo explicações a ninguém. Cheguei a me questionar se falar tudo isso aqui seria fazer porque eu quero ou fazer porque acho que devo fazer. Mas por fim, também me dei conta de que "quem é que vai querer saber da minha vida ou cobrar explicações minhas?". Ninguém né? Então, é porque eu quero mesmo. E porque pode ser útil pra mais alguém.

Eu vivo fazendo mil coisas ao mesmo tempo. Sou uma pessoa talvez um pouco inquieta em alguns aspectos e o gosto por estudar, a vontade de ser útil, de querer ajudar os outros sempre fez com que eu atuasse em muitas frentes ao mesmo tempo. Muitas coisas não eram expostas porque não chegavam a ser possibilidades profissionais. Mas elas estavam ali.

Eu também estou sempre me redescobrindo e um pouco em consequência disso, me reinventando, mudando de ideia, procurando caminhos possíveis, tentando conciliar uma coisa a mais aqui, uma coisa a mais ali, às vezes deixando uma delas um pouco mais de lado em favor da descoberta mais recente e depois voltando para a antiga, porque afinal, eu gosto mesmo de tudo isso e sou tudo isso ainda que não consiga ser tudo isso ao mesmo tempo o tempo inteiro.

Assim, surge aqui e ali uma porta aberta, uma oportunidade e volta e meio eu me vejo abraçando alguma delas. Isso, é claro, tem como consequência a necessidade de refazer planos, sair da zona de conforto. Eu sou virginiana e isso nunca é fácil pra mim. Gosto de seguir o cronograma, sabe? Então, o fato é os meus vários eus e os meus vários gostares é que complicam a minha vida na maior parte do tempo. Nesses momentos decisivos eu olho pra minha imagem refletida no espelho e digo, "a gente que lute, né?".

Então estou eu aqui, com meus 28 anos recém completados, Jornalista, Doula, Educadora Perinatal, Mestra em Letras, tentando divulgar a literatura por meio de projetos literários, descobrindo que afinal de contas eu gosto da área da saúde e que eu não só posso como até gosto de trabalhar com números (ainda que planilhas extensas sejam um pouco demais, mesmo para esse meu novo eu).


Sabe aquela música do Raul Seixas, sobre ser uma metamorfose ambulante? Ha - ha. É clichê, mas ela faz todinho sentido pra minha vida (e talvez, pras vidas de muitas pessoas né? Porque eu não sou a única, eu sei que muitas pessoas passam por processos como esse, por momentos assim e bom... tamo junto!)

O fato é que por um lado eu sei que é bom a gente mudar. Sei que faz parte. E sei também que é melhor morrer tentando mudar pela 12154854681 vez do que viver na angústia de não saber se teria dado certo. (Aliás, sobre dar certo... a gente também precisa para de achar que só porque não foi pra sempre não deu certo. A gente trabalha 5 anos numa coisa e decide mudar, daí dizemos que não deu certo. Como assim? Deu certo! Por 5 anos deu muito certo! Até que decidimos dar certo em outra coisa).

O mundo também exige que a gente mude, se atualize, se aprimore e talvez, enquanto alguns seguem em uma linha reta, em estágios interligados, como se fosse uma escadinha, outros precisem fazer esse trajeto dentro de um labirinto. Tem jeito certo? Não sei. Acho que não, porque eu, com certeza, tô no labirinto e acho que os dois são cansativos de qualquer forma e nos pressionam quase igualmente, não é mesmo?

Por outro lado, isso não deixa de ser um pouco caótico e às vezes, escrever textos como esse aqui, pra organizar os pensamentos e a vida, são necessários pra que se possa seguir em frente. Quer dizer, isso no meu caso, né?! No caso de outra pessoa talvez falar seja a solução, ou então sei lá... o que vocês fazem quando precisam organizar a cabeça de vocês? Vocês precisam organizar a cabeça de vocês às vezes, né?

E por isso eu sentia tanta saudade desse blog, eu acho. Porque não é que eu não goste das redes sociais. Mas é que lá no Facebook esse texto não teria lugar, no Instagram ele nem caberia, no Twitter e no TikTok então, nem se fala, né?! E não é só a questão dos espaço, e dos caracteres. É uma questão de conexão. Humana no caso. Não de internet. 

O que eu quero com tudo isso aqui (que ninguém vai ler possivelmente), é reforçar o que eu já disse antes: vou dar uma de Aquariana e, na contramão do mundo, voltar a escrever aqui. Porque sim. Porque sinto que esse é o momento que eu estou vivendo. 

Não vou excluir nenhuma rede social, porque isso seria muito precipitado, mas não sei como será o uso delas, sinceramente. Tenho vontade de integrar tudo numa só às vezes? Tenho. Mas na minha cabeça isso também não faz muito sentido. Então vou só mantê-las até que os caminhos sejam mais claros. Porque hoje eu não sinto muita clareza em relação a nada e se tem uma coisa que eu já aprendi é que tomar decisões nesses momento também não é bom.

Por isso até é que tenho sentido vontade de dar um tempo das redes sociais, tenho sentido essa vontade de estar mais quieta, de guardar as coisas mais pra mim, etc. Está tudo interligado, percebe? 

Mas precisava dizer que eu estou me reorganizando. Um pouco sumida por isso, mas com muita vontade de viver. Porque estou me redescobrindo novamente. E tentando me entender. E isso a gente faz enquanto vai vivendo, mas às vezes a gente não consegue fazer tudo ao mesmo tempo o tempo todo. Então agora é eu comigo mesma e vamos ver onde mais essa aventura vai dar. 

E o que eu queria dizer ainda é que estou de volta no mundo do jornalismo (talvez ele nunca tenha me deixado de verdade, ainda que eu tenha tentado dar um tempo dele), e por agora eu estou feliz. Está fazendo tanto sentido quanto fazia sentido me dedicar apenas à doulagem há alguns meses. Então vou seguir indo na pegada desses instintos. Onde será que vai dar ou por quanto tempo? Quem é que sabe?

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