Não sei se já publiquei o texto abaixo em algum lugar, mas arrumando alguns arquivos no meu computador, eu o encontrei e fiquei com vontade de compartilhá-lo aqui. Devo tê-lo escrito há uns 2 anos e meio, quando eu e o Diego fomos para Cambará do Sul. Estava em um documento perdido entre tantos outros. Quase o excluí, mas por sorte resolvi dar uma olhada no que era. E gostei do que ele me fez lembrar e pensar. Talvez mais alguém mergulhe dentro de si com ele então aqui vai:
A viagem e a alma
"A ideia era conhecer um lugar novo. A viagem foi planejada com algumas semanas de antecedência e chegada a tão esperada folga entramos no carro, mala numa mão e cuia na outra. Com a gente, entrou a expectativa daquele novo cenário que, um chimarrão aqui e outro ali, foi mudando.
Primeiro a subida da serra. O sol se escondendo por detrás de um grande morro. Um paredão que logo descortina uma nova paisagem. Depois o campo a perder de vista num amarelo de grama queimada pelo frio. Então cada vez menos cidade. Cada vez menos carro. Cada vez menos movimento.
Por outro lado, cada vez mais horizonte, céu e sensação de liberdade. E então, percebe-se que a 900 metros acima do nível do mar o tempo passa de um jeito diferente. Por entre as ruas da cidade de 6 mil habitantes, há tempo para caminhar com as mãos nos bolsos sentindo o sol – mais perto do que nunca - bater no rosto, e o pensamento correr tão livre quanto o vento.
Há tempo para prestar atenção na água que cai da cachoeira, vinda de longe e indo não se sabe para onde, mudando a cada segundo, se moldando às pedras que encontra pelo caminho. O calor e o movimento do nosso corpo junto com o do cavalo falam sobre a necessidade de integração, de trabalhar junto com a natureza, sentindo-a e sendo parte dela.
Desafiando o corpo, a gente sobe mais um pouquinho e lá em cima, do alto do morro mais alto, a gente vê o cânion que se estende por quilômetros à frente e abaixo. A gente sente medo de olhar lá no fundo, de encarar aquilo tudo, de perceber que há tanto para ver, e que apesar do caminho percorrido, há muito desconhecido. Que é tão imensa e profunda a alma. A nossa e a do mundo.
A ideia era conhecer um lugar novo. E de fato conheci Cambará do Sul e o Parque Nacional da Serra Geral. Mas fui mais além. No fim das contas, viajei para o interior do interior... de mim mesma".
Abaixo, fica um registro dessa viagem.
Comentários
Postar um comentário